Tumulto em festival religioso em Israel deixa 45 mortos e mais de 100 feridos

Tumulto em festival religioso em Israel deixa 45 mortos e mais de 100 feridos
Vítimas que morreram durante as celebrações de Lag BaOmer, no Monte Meron, após tumulto no norte de Israel em 30 de abril de 2021 — Foto: Ishay Jerusalemita/Behadrei Haredim via AP

Um tumulto em um festival religioso em Israel deixou 45 mortos e mais de 100 feridos nesta sexta-feira (horário local, noite de quinta-feira no Brasil). Há crianças entre as vítimas.

Cerca de 100 mil pessoas — a maioria judeus ortodoxos — participavam da celebração Lag B'Omer, o maior evento desde o controle da pandemia do coronavírus no país.

Uma investigação foi aberta para apurar as causas do acidente, que ainda não estão claras.

Relatos apontam que pessoas caíram em uma arquibancada, o que causou um princípio de tumulto. Uma multidão então tentou sair por uma passagem estreita e pessoas foram pisoteadas.

"Infelizmente, encontramos crianças pequenas pisoteadas", afirmou Eli Beer, diretor de um serviço voluntário de ambulância, a uma rádio local. "Conseguimos salvar algumas delas".
O Magen David Adom, equivalente israelense à Cruz Vermelha, atendeu 150 feridos. Muitos foram levados a hospitais.

Seis pessoas estavam em estado crítico e 18, em estado grave, segundo o serviço nacional de ambulâncias.

Cenário desolador

As vítimas ainda estão sendo identificadas. Durante a noite, familiares tentavam encontrar parentes desaparecidos e ligavam para seus celulares, que se acumulavam no local em meio a roupas e outros objetos perdidos.

"Os telefones dos mortos não param de tocar e vemos 'mãe' e 'minha querida esposa' [na tela]", afirmou Motti Bokchin, porta-voz de um serviço de emergência à Rádio do Exército.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu foi ao local da tragédia e classificou-a como um "pesado desastre". O premiê declarou o domingo um dia de luto nacional pelas vítimas da tragédia.

Festival na pandemia

O Lag B'Omer é um feriado em homenagem ao rabino Simon Bar Yochai, um religioso do século II cujos restos mortais estão enterrados no Monte Meron.

O evento marca o início da retomada das grandes celebrações (religiosas ou não) em Israel, país que conseguiu controlar a Covid-19 com uma das vacinações em massa mais rápidas do mundo.

Quase todas as atividades já retornaram à normalidade pré-pandemia, e o governo israelense tirou recentemente a obrigatoriedade do uso de máscaras ao ar livre.

O festival foi cancelado no ano passado devido à pandemia. Em 2019, organizadores calcularam que 250 mil compareceram ao local.

Celebrações após a tragédia

Antes da mortes, a multidão percorria corredores e salões, dançando, cantando, rezando e acendendo velas e fogueiras.

Depois do incidente, alguns religiosos voltaram ao Monte Meron para continuar a celebrar o festival judaico.

Fonte: G1