Sinttra denuncia extinção da função de cobrador de ônibus em Aracaju

Sinttra denuncia extinção da função de cobrador de ônibus em Aracaju
Na visão do sindicalista, a tendência é que depois da pandemia, haja uma drástica diminuição desses profissionais nas diversas linhas de ônibus da capital (Foto: Sinttra)

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Aracaju (Sinttra), Miguel Belarmino, denunciou nesta sexta-feira, 14, que a função de cobrador de ônibus na capital está acabando de maneira abrupta. Na visão do sindicalista, a tendência é que depois da pandemia, haja uma drástica diminuição desses profissionais nas diversas linhas de ônibus da capital.

“Atualmente, cerca de 60% da frota de veículos está rodando sem cobrador”, afirma Miguel Belarmino. Ele destaca que integrantes do sindicato flagraram inúmeros ônibus sem os profissionais.  “Os motoristas estão se desdobrando para realizar muitas funções. Além de dirigir, tem que passar troco e olhar as três portas do veículo. E tem até motorista que não sabe operar o elevador para cadeirante”, resume Belarmino.

Ainda segundo ele, os empresários estão usando a pandemia para aproveitar e extinguir a função. “Isso não é de agora. Já tem um bom tempo que estavam fazendo isso. Mas com essa pandemia isso se tornou mais visível”, salienta. No entendimento do sindicalista, assim que a rotina voltar à normalidade, os empregos não serão preservados. “Nós entendemos que lidar com dinheiro neste momento é complicado. Mas não há uma segurança de que após a pandemia, os empregos dos cobradores estarão estarão garantidos”, assinala.

Apesar desse cenário, Belarmino reconhece que a função de cobrador já vem sendo extinta em algumas cidades do Brasil. “Tenho consciência que é uma função que irá acabar no futuro. Mas o que está acontecendo aqui em Aracaju é algo muito abrupto”, lamenta.

Setransp

Em comunicado, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp) informou que hão há tratativas a respeito da extinção da função de cobrador. “O que há é o entendimento de que, assim como está acontecendo nas demais capitais, o uso do dinheiro no ônibus tem sido combatido, especialmente em momento de pandemia, por ser grande ponto de contaminação já que passa de mão em mão. E a bilhetagem eletrônica tem gerado aos passageiros do transporte público coletivo mais segurança e agilidade na hora de passagem”, explica a entidade.

Ainda segundo o Sindicato, “diferente do que tem acontecido pelo Brasil, com redução de postos de trabalho no sistema de transporte, as empresas de ônibus prestadoras do serviço em Aracaju e na região metropolitana, até o momento, tem investido na capacitação de seus colaboradores para a profissão de motorista, despachantes, agentes comerciais, para venda da recarga do cartão eletrônico, e outras funções. Tal iniciativa tem sido recebida com muita satisfação pelos funcionários”, argumenta.

Fonte: João Paulo Schneider  e Verlane Estácio/Infonet