Servidora fatura com conserto de vibradores elétricos em São Carlos: mulheres ficam mais confortáveis

Servidora fatura com conserto de vibradores elétricos em São Carlos: mulheres ficam mais confortáveis
Servidora pública de São Carlos (SP) realiza serviço de manutenção de vibradores nas horas vagas — Foto: Arquivo pessoal

"Se você tem um vibrador e ele parou de funcionar, antes de jogar fora ou comprar um novo, fale comigo!" Foi com este anúncio que a servidora pública Bruna Franquini, de 32 anos, passou a divulgar em São Carlos (SP) a manutenção dos aparelhos eróticos. Ela já fatura um 'extra' com o serviço.

A ideia surgiu quando o próprio vibrador parou de funcionar. Bruna decidiu consertar e comentou com amigas. Descobriu que algumas delas também tinham aparelhos quebrados e aí vislumbrou um mercado a ser explorado. O passo seguinte foi postar nas redes sociais, o que gerou repercussão e atraiu clientes.

“Eu, mulher, confesso que ficaria constrangida de levar o vibrador para um homem arrumar. Então vou pegar o aparelho em domicílio, as mulheres ficam mais confortáveis”, contou ela ao g1.

O valor da manutenção varia de R$ 40 a R$ 100 mais o custo de peça, se precisar. O serviço tem garantia de 60 dias. Segundo Bruna, o reparo vale a pena, já que um produto novo custa de R$ 200 a R$ 550 em média.

Tabu

Formada em engenharia agronômica, Bruna disse que sempre foi curiosa e desde pequena abria eletrodomésticos como ventilador, liquidificador, aparelhos de som.

Com o tempo, ela aprendeu a fazer pequenos reparos e logo passou a consertar pedais elétricos de guitarras e outros instrumentos. Usar a habilidade na manutenção de vibradores não seria um problema. “É um aparelho cuja parte elétrica é bem sensível, ele vai quebrar”, disse.

Bruna fez a primeira postagem na rede social no dia 2 de fevereiro anunciando o serviço em um grupo de mulheres. Em dez dias, apareceram 20 aparelhos para consertar.

No dia 10, ela fez o segundo anúncio no grupo da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Mesmo sabendo que o serviço de manutenção era necessário, ela afirmou que teve um pouco de receio antes das publicações por conta de tabu e preconceito.

“Quando anunciei, tive muitos comentários a favor do serviço, mas tive sim comentários machistas e preconceituosos. De início até pensei em deletá-los, mas achei que seria bom para expor os homens que os fizeram”, disse.

A partir do segundo post, a demanda cresceu. A servidora pública acredita que o uso dos aparelhos eróticos aumentou durante a pandemia da Covid-19. Levantamento do portal MercadoErotico.Org mostra uma alta de 50% na venda de vibradores no período de isolamento social.

Segundo a pesquisa realizada no início da pandemia, mulheres casadas na faixa de 25 a 35 anos foram as que procuraram o item para obtenção de prazer, somando 27,8% contra os 13,9% das solteiras. Mais de 1 milhão de vibradores e consolos foram comercializados durante a pandemia no Brasil, apontou o levantamento.

Facilidades

Dona de um sex shop em São Carlos, a comerciante Alessandra Cipolat está no ramo há 14 anos e disse que é difícil encontrar serviço de manutenção de vibradores. Quando algum cliente aparece na loja atrás de reparo no aparelho, o jeito é enviar o produto para a capital.

Alessandra gostou muito de saber que agora Bruna realiza o serviço na cidade. “É uma facilidade porque ela veio e já me passou o orçamento prévio. Além de não ter custo com correio, o cliente vai se sentir mais à vontade para deixar o aparelho e depois retirá-lo na loja. A gente vai fazer uma boa parceria”, disse a comerciante.

Fonte:  Fabio Rodrigues, G1 São Carlos e Araraquara