Mulher resgatada junto com filho após agressão e cárcere privado ficou três dias sem se alimentar, vomitando e urinando sangue

Mulher resgatada junto com filho após agressão e cárcere privado ficou três dias sem se alimentar, vomitando e urinando sangue
Robenilson Silva Oliveira foi preso em flagrante em Peruíbe por manter mulher e criança em cárcere privado — Foto: Divulgação/Polícia Militar

O homem que foi preso por manter uma mulher de 32 anos e o filho dela, de 4 anos, em cárcere privado em Peruíbe, no litoral de São Paulo, agrediu as vítimas e deixou a mulher sem comer durante três dias seguidos, vomitando e urinando sangue.

Robenilson Silva Oliveira, de 37 anos, negou as agressões e afirmou que a vítima teria caído de bicicleta, e que tratava a criança como um filho.

A Polícia Militar (PM) resgatou as vítimas com vários hematomas pelo corpo. A mulher relatou aos policiais que morava em Juquiá, no interior de São Paulo, e que está em Peruíbe há cerca de um mês. Ela disse que Oliveira teria oferecido a casa para ela morar até conseguir pagar um aluguel.

Porém, segundo a PM, três dias antes do flagrante, que aconteceu na última sexta-feira (9), o autor do crime passou a agredir violentamente a vítima, com chutes e socos, além de deixar a vítima três dias sem se alimentar.

Uma testemunha afirmou, durante depoimento na delegacia, que conhece o autor das agressões há 10 anos e que ele apresentou a vítima como uma namorada. Ao visitar a casa do agressor, no dia 8 de setembro, a testemunha reparou que o rosto da vítima estava inchado e havia várias escoriações pelo corpo. A mulher confessou à testemunha que não estava conseguindo respirar.

Ao g1, um dos policiais que atendeu o caso afirmou que Oliveira falou ‘muita besteira’ no DP, e que ele teria dito que a vítima caiu da bicicleta, por isso estava cheia de hematomas.

“Ele [o agressor] estava sob efeito de álcool. Ele chegou a dizer que eles foram dormir e ela acordou machucada, e ele não sabia o que tinha acontecido. Ele disse também que ela pedia para ficar trancada, pois tinha medo. Ele ainda perguntou se poderia fazer um boletim de ocorrência de calúnia contra ela”.

Em relação a agressão contra a criança, Oliveira também negou que bateu no menino e que era como um pai para ele. A mãe da criança relatou aos policiais que Oliveira levava o menino todos os dias à escola, e não permitia que ela fosse junto.

Depois de colher os depoimentos dos envolvidos no caso e das testemunhas, o delegado de plantão considerou o caso como de ‘extrema gravidade’. Diante dos fatos, ele manteve o agressor preso em flagrante. Um boletim de ocorrência foi elaborado por tentativa de feminicídio e consumação dos seguintes crimes: violência doméstica, lesão corporal e sequestro e cárcere privado.

A mulher foi encaminhada à Unidade de Ponto Atendimento (UPA). Segundo PM, foi constatado fratura na costela, traumatismo craniano e possível hemorragia interna. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a vítima fez exames e foi liberada após o período de observação.

Os agentes de segurança junto com o Conselho Tutelar realizaram uma ‘busca ativa’ para localizar algum familiar que pudesse ficar com a criança, porém, ninguém foi encontrado. Segundo a secretaria de Assistência Social, o menino está aos cuidados do Conselho Tutelar em um abrigo municipal. Um PM confessou ao g1 que a criança é muito inteligente e bem carente. "Abraçava a gente o tempo todo", disse.

Relembre o caso

Os policiais da Força Tática do 29° Batalhão da Polícia Militar do Interior (BPM/I) receberam uma denuncia de que uma mulher estaria acorrentada e trancada em uma casa na Rua Piracicaba. A vítima teria sido agredida e corria risco de morrer.

Ao chegar ao endereço, os policiais ouviram gritos de socorro. A voz feminina vinha de um quarto localizado nos fundos do quintal. Segundo a PM, a vítima foi entrada bastante machucada e reclamando de fortes dores na costela, dor de cabeça, vômito e sangramento na urina.

O homem também teria quebrado o celular dela para que a mulher não entrasse em contato com outras pessoas. Os policiais conversavam com a mulher quando o homem chegou na casa junto com o filho dela, que em uma breve conversa com os agente de segurança, disse que também foi agredida, apontando a cabeça e o braço direito.

Diante das informações passadas pela mulher e pelo menino, os policiais encaminharam o agressor à delegacia, onde permaneceu à disposição da Justiça.

Fonte: G1 Santos