Meghan solta o verbo e repete Diana

Meghan solta o verbo e repete Diana
Imagem de Meghan e Harry em 2018 — Foto: Clodagh Kilcoyne/Reuters

Meghan Markle soltou o verbo contra a monarquia britânica, tal como a sogra Diana fez há 25 anos, mas com uma diferença essencial: contou com o apoio do marido, Harry. Na entrevista à Oprah Winfrey, a duquesa de Sussex desabafou que pensou em suicídio e que o Palácio estava preocupado com a cor de pele que seu filho Archie teria.

Em novembro de 1995, os súditos da rainha ouviram estarrecidos o relato da princesa de Gales a Martin Bashir sobre os episódios de bulimia e a traição de Charles com Camilla Parker Bowles.
Por motivos diferentes, mas oriundos da mesma fonte, ambas não se sentiram acolhidas e enfrentaram distúrbios mentais. Expressaram infelicidade e rejeição dentro dos muros palacianos. Meghan sucumbiu mais rapidamente. “Eu simplesmente não queria mais estar viva”, aludiu, quase três anos após se casar com Harry. “Havia três nesse casamento”, descreveu Diana, já separada de Charles.

Harry e a mulher se empenharam em livrar a cara da rainha Elizabeth II no duro relato de duas horas. Não citaram nomes e referiram-se ao Palácio de Buckingham como “a firma”. Não ficou claro quem da família manifestou preocupações sobre se Archie teria a cor da pele escura. E se, por isso, o filho do casal -- e bisneto de um soberano -- não ganhou o título de príncipe, nem segurança policial.

Tanto Diana quanto Meghan deixaram claro que entraram num conto de fadas e saíram de um filme de terror. No enredo da princesa de Gales, o príncipe virou um sapo. No da duquesa de Sussex, a princesa parece ter libertado o príncipe de uma prisão.

O casal saiu livre das amarras e obrigações reais, mas também sem o suporte financeiro da família. Revelou de antemão que o filho que esperam será menina, contrariando a tradição do Palácio de deixar a surpresa para o nascimento.

O relato de Diana, em 1995, expôs ao mundo bastidores com requintes de crueldade e solidão dentro da realeza. Sua trágica morte, dois anos depois, a tornou ainda mais popular. Só então, a monarquia deu sinais de que estava disposta a modernizar-se e adequar-se às demandas do século XXI.

A entrada de Meghan -- afro-americana, atriz e divorciada -- parecia ser um indício da abertura. Agora é saber o quanto o desabafo do casal a Oprah, sobretudo a grave insinuação de racismo, será realmente devastador para a realeza britânica. A contar pela guerra aberta desde semana passada com o casal, antevendo-se à entrevista de domingo -- tudo indica que o abalo foi forte.

Fonte: Sandra Cohen/G1