Infectologista posta vídeos para alertar sobre colapso em hospitais: 'Não param de chegar pacientes'

Infectologista posta vídeos para alertar sobre colapso em hospitais: 'Não param de chegar pacientes'
Infectologista alerta sobre colapso em hospitais de Sorocaba — Foto: Reprodução/Instagram

A médica e infectologista Naihma Salum Fontana tenta chamar a atenção para o colapso nos hospitais de Sorocaba (SP) através de vídeos publicados nas redes sociais. Ela trabalha na linha de frente do combate à pandemia do coronavírus e relata as situações mais críticas que estão ocorrendo no sistema de saúde da cidade.

Em cinco vídeos, a médica fala sobre a superlotação nos hospitais, a gravidade da doença também para os mais jovens e a necessidade de cumprimento do isolamento social para evitar a disseminação do vírus.

"Eu estou até arrepiada de fazer esse vídeo, porque eu estou muito preocupada com o que eu vi e o que tenho visto nos dois hospitais. Neste momento, não têm vagas e não param de chegar pacientes precisando de vagas, de respirador, chegando com insuficiência respiratória", detalha.
Os vídeos têm menos de dois minutos cada e foram publicados em sequência na manhã de domingo (14). Até o momento, mais de mil pessoas assistiram aos relatos.

"Realmente, é uma situação de trincheira, uma situação de guerra que eu nunca imaginei passar por isso. Especialmente nos hospitais onde trabalho existe uma estrutura muito boa, ou seja, funcionários em número suficiente ou número a mais, e isso não está sendo suficiente", explica.

Uma das situações relatadas pela médica é o caso de dois adolescentes com o tórax comprometido em mais de 50%. Segundo ela, a vacinação contra a doença refletiu na diminuição do atendimento de idosos e profissionais da saúde, mas, ainda assim, os hospitais estão ficando lotados.

"O que mais me traz tristeza é uma pessoa morrer sem atendimento médico. Isso para mim é o fim, porque a gente nem deu chance de tentar salvar a vida daquela pessoa, nem analgésico pôde dar para poder confortar a falta de ar que esse paciente vai sentir. Então, apelo para todos vocês, eu não estou exagerando. Isso está acontecendo tanto na rede pública quanto na rede particular. Então, fica em casa se você pode."

Fonte: Pâmela Ramos, G1 Sorocaba e Jundiaí