Grêmio piora com as trocas, agrava clima hostil na Arena e sai de campo com clamor por Renato

Grêmio piora com as trocas, agrava clima hostil na Arena e sai de campo com clamor por Renato
Campaz iniciou como titular contra o Ituano — Foto: Lucas Uebel/Grêmio

O Grêmio chegou a mais uma decepção - a terceira seguida - na Série B. A derrota para o Ituano por 1 a 0, na Arena, na noite de sexta-feira, abalou as estruturas do Tricolor, que saiu de campo sob vaias, xingamentos para Roger e pedido da torcida por Renato Portaluppi. A atuação deixou a desejar.

A rodada era para ser de reencontro com a vitória. Apesar do resultado amargo diante do líder pelas circunstâncias do jogo, o desempenho foi exaltado. A expectativa era boa para o duelo contra a equipe de Itu. Para ajudar, na manhã de sexta, houve liberação da Arquibancada Norte, setor interditado por conta das brigas do último domingo.

Estava nas mãos de Roger Machado e nos pés dos jogadores a resposta, até mesmo anímica, para voltar a vencer, alcançar a vice-liderança, seguir o caminho do acesso e se permitir sonhar com o título.

O Grêmio, no entanto, perdeu jogando mal, com gol sofrido aos 41 da etapa final. O clima de tensão aumentou, tomou conta da Arena e a paciência do torcedor chegou no limite.

Derrota, vaias e clamor por Renato

A equipe até começou bem a partida diante do Ituano. Exerceu pressão nos minutos inicias e criou boas chances para inaugurar o escore. Bitello e Diego Souza finalizaram com perigo, mas pararam no inspirado goleiro Jefferson. O adversário equilibrou o jogo depois dos 25 minutos e, aos poucos, a equipe de Roger se desestabilizou em campo.

No intervalo, o treinador promoveu três alterações no time. Uma delas por ordem médica. Bruno Alves sentiu o tornozelo esquerdo após dividida com Aylon e terminou o primeiro tempo no sacrifício. Natã entrou em campo. Por opção técnica, Rodrigo Ferreira e Lucas Leiva deram espaço para Edilson e Guilherme, respectivamente.

A intenção era voltar do vestiário com mais criatividade e agressividade. Bitello recuou para a função de volante, Campaz, que iniciou como titular, voltou a ser meia e Guilherme entrou na ponta. A equipe, no entanto, se perdeu completamente. As tentativas saíram pela culatra. Poucas chances foram criadas e muitos erros técnicos foram cometidos.

Os apupos encorparam. O Tricolor ficou nervoso e passou a dar campo para o rival. Aos 11 minutos, o experiente Gérson Magrão aproveitou o cruzamento, cabeceou e acertou a trave de Brenno.

O time sequer criava situações de perigo. A torcida presente na Arena foi aumentando o tom das vaias e xingamentos. Campaz ouviu a indignação do torcedor ao ser substituído. O goleiro Brenno também foi alvo. O ambiente ficou desfavorável. O pior estava por vir.

Aos 41 minutos, "a casa caiu". O Grêmio voltou a falhar na bola aérea. Após desvio de cabeça e bola no poste, Lucas Dias aproveitou a sobra para decretar a quarta derrota gremista na competição e a liderança do Ituano no returno da Série B. A partir deste momento, o alvo se tornou o treinador.

Clima hostil pelo mau resultado. O torcedor está no direito. Não é a primeira vez. Talvez hoje de forma mais veemente
— Roger Machado, treinador do Grêmio

- Além dessa pontuação, gordura do quinto colocado, vindo de um jogo de muita intensidade contra o Cruzeiro, o jogo de hoje é quase uma ressaca. Depois do início bom, pode passar na cabeça do atleta que o adversário não vai conseguir segurar o resultado. Esse grupo precisa sempre da corda esticada pra estar sempre no máximo - explicou Roger

O coro de xingamentos direcionados ao técnico começou com: "ei, Roger, vai tomar no **". Minutos depois, um velho conhecido voltaria à tona. Os gritos de "Renato, Renato, Renato" ecoaram nas dependências da Arena. Após o apito final, vaias fortes e mais protesto: "vergonha, vergonha, time sem vergonha!".

O técnico recebeu as manifestações de forma tranquila e voltou a dizer, como já tinha feito após a derrota para o CRB, de que a equipe foi "forjada" em cima da crítica.

- Hoje foi um dia muito ruim. Tanto de atuação, quanto de resultado. Mas estamos ali na frente e precisamos estar unidos, mesmo que o torcedor deseje que outro esteja no meu lugar. É o que vamos lidar - afirmou o técnico.

Recebo com naturalidade (as críticas), porque torcedor pode protestar como quiser, sem ser violento
— Roger Machado, técnico do Grêmio

A distância para o líder aumentou para 13 pontos. A chance de título está praticamente descartada, mesmo que matematicamente exista chance. A questão é que para o quinto colocado, a diferença diminuiu para seis pontos, e ainda pode encurtar para cinco, caso o Tombense vença neste sábado. Além disso, o Vasco pode empurrar o Grêmio para a quarta posição.

Apesar de existir uma distância significativa do G-4 para os demais times, os três jogos sem vencer e o mau momento defensivo (em sete jogos do returno já superou o número de gols sofridos do primeiro), fazem com que o Grêmio redrobre a atenção e inicie uma remobilização já para o próximo jogo.

Para retomar a autoestima do grupo e tentar deixar um clima mais ameno com o torcedor, o Tricolor terá pela frente o Criciúma daqui a quatro dias. O Grêmio visita o Tigre no Estádio Heriberto Hülse, a partir das 21h30 de terça, pela 27ª rodada da Série B.

Fonte: Globoesporte.com