Com falta de enfermeiros, hospital contrata robôs nos Estados Unidos

Com falta de enfermeiros, hospital contrata robôs nos Estados Unidos

Fatores como a pandemia da Covid-19 e a baixa entrada de novos alunos nas faculdades de enfermagem têm levado diversos hospitais nos Estados Unidos a relatarem falta de profissionais qualificados. Para contornar a situação, o Centro Médico Memorial Elmhurst, nos arredores de Chicago, decidiu contratar dois robôs para suprir a demanda.

Chamados Moxi, eles são empregados para entregar remédios e suprimentos nas instalações e possuem um display digital com leitor de identificação para permitir a abertura de portas implantadas em seu braço robótico. Segundo as estatísticas, eles realizam cerca de 1.800 entregas por mês, economizando para a equipe humana mais de dois milhões de passos dados e 3.100 horas de trabalho.

— Eles estão trabalhando 24 horas por dia, 7 dias por semana, com apenas um curto período de tempo para carregar (a bateria). Precisaríamos de pelo menos seis pessoas para fazer essa quantidade de trabalho — disse Hiral Patel, diretora de inovação do hospital, à emissora americana Fox News.

Os robôs não interagem diretamente com os pacientes, embora os criadores da iniciativa, a empresa Diligent Robotics, esperem que sua implementação se torne mais comum nos próximos anos. Ambos os auxiliares trabalham em turnos de 24 horas, com uma pequena pausa para recarregar as baterias antes de retornar às suas funções.

A unidade em Chicago não é a primeira a recorrer aos robôs para simplificar funções já exercidas por humanos. Grandes hospitais dos EUA, como o Centro Médico Cedars-Sinai, em Los Angeles, e o Hospital Presbiteriano do Texas, em Dallas, já adotaram unidades do Moxi no decorrer dos últimos cinco anos.

— Moxi é parte da equipe. Ela está aqui para aliviar um pouco da pressão da tarefa e da caça e coleta que todos nós temos que fazer o dia todo e que toma nosso tempo longe do paciente — conta o gerente de enfermagem do Hospital do Texas, Joshua Tippy, em publicação da unidade sobre o uso do robô.

Os funcionários explicam que eles são especialmente úteis para levar itens pesados de forma mais rápida do que um humano conseguiria. Com a presença dos robôs, os enfermeiros conseguem dedicar mais tempo aos pacientes e contornar a falta de profissionais. Além disso, é possível conversar com a Moxi, que brilha os olhos em formato de coração e mexe o braço robótico para acenar para as pessoas.

— Quando ela passa por você e diz “olá”, e os olhos (brilham), ela realmente parece ter uma personalidade. Nós não pensamos nela como uma “coisa”, é a Moxi — diz Karen Hogg, supervisora de enfermagem do Hospital do Texas.

Fonte: O GLOBO com El País