Bolsonaro suspende a compra de seringa até 'preço voltar a normal'

Bolsonaro suspende a compra de seringa até 'preço voltar a normal'
O presidente Jair Bolsonaro acena para apoiadores após visita ao Ministério da Saúde Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo/05-01-2021

BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que o Ministério da Saúde suspendeu a compra de seringa até que os preços "voltem à normalidade". Bolsonaro também disse que estados e municípios têm estoques de seringas suficientes para o início da vacinação contra a Covid-19.

Na semana passada, uma licitação realizada pelo Ministério da Saúde para comprar seringas e agulhas fracassou. A pasta só conseguiu garantir 7,9 milhões de unidades enquanto buscava adquirir 331,2 milhões. As empresas reclamaram que os preços pagos pelo governo estavam abaixo dos praticados no mercado.

"Como houve interesse do Ministério da Saúde em adquirir seringas para seu estoque regulador, os preços dispararam e o MS suspendeu a compra até que os preços voltem à normalidade. Estados e municípios têm estoques de seringas para o início das vacinações, já que a quantidade de vacinas num primeiro momento não é grande", escreveu o presidente no Facebook.

Depois do fracasso, o Ministério da Saúde afirmou, em nota, que realizaria "novos certames" para buscar os materiais e que o pregão no qual não conseguiu realizar a compra seria apenas a "primeira parte" da negociação."O resultado não é final e sim da primeira parte, por isso terão novos certames, outros pregões, como previsto em Lei", diz a nota.

Além disso, a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia passou a exigir, desde 1º de janeiro, uma licença especial para autorizar a exportação de agulhas e seringas , o que deixará o processo de liberação das mercadorias mais lento que o normal.

Em paralelo, o governo deve zerar o imposto de importação de agulhas e seringas. O pedido para zerar o imposto sobre importação de agulhas e seringas foi feito pelo secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco. Hoje, o imposto é de 16%.

Fonte: Daniel Gullino/O Globo