Após 150 mil mortes no Brasil, Bolsonaro diz que pandemia de Covid-19 foi 'superdimensionada'Após 150 mil mortes no Brasil, Bolsonaro diz que pandemia de Covid-19 foi 'superdimensionada'

Após 150 mil mortes no Brasil, Bolsonaro diz que pandemia de Covid-19 foi 'superdimensionada'Após 150 mil mortes no Brasil, Bolsonaro diz que pandemia de Covid-19 foi 'superdimensionada'
Presidente Jair Bolsonaro ajeita máscara durante evento no Palácio da Alvorada, em Brasília. Foto: ADRIANO MACHADO / REUTERS

BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que a pandemia do novo coronavírus foi "superdimensionada" mesmo após a Covid-19 matar mais de 150 mil brasileiros e infectar 5,1 milhões de pessoas no país. A declaração foi feita durante a cerimônia de posse da nova diretoria da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

Bolsonaro também elogiou a condução do Ministério da Saúde por Eduardo Pazuello, que assumiu a pasta interinamente em maio e foi efetivado em setembro.  Segundo dados do consórcio de imprensa da manhã de hoje, o Brasil tem 151.078 mortos pela doença até o momento. O país tem o segundo maior número de vítimas fatais pela Covid-19 no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

— Entramos em 2020 e tivemos o problema da pandemia que, no meu entendimento, foi superdimensionada. Desde o começo, falei que nós tínhamos dois problemas pela frente: a questão do vírus e o desemprego, e que eles deveriam ser tratados com a mesma responsabilidade e simultaneamente. Se nós, e parte do empresariado, tivéssemos embarcado na onda "fique em casa que a economia a gente vê depois", com toda a certeza estaríamos em uma situação bastante complicada no momento — afirmou.

Diferentes modelagens epidemiológicas, no entanto, apontam para cenários ainda mais graves se estados brasileiros não tivessem aderido a medidas de distanciamento social desde março. Os sistemas de saúde e funerário de diferentes capitais colapsaram e especialistas são unânimes na avaliação de que a subnotificação de casos no Brasil é muito expressiva por conta do déficit de testagens.

O presidente também fez elogios ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que, segundo ele, foi nomeado não por ser um general, mas por ser, "em especial, um grande gestor".

— Na questão da saúde também tivemos algum sucesso em relação ao resto do mundo, em especial quando colocamos um general no Ministério da Saúde. Não por ser general, mas por ser, em especial, um grande gestor, que está fazendo um trabalho excepcional nessa área — comentou.

O presidente disse ainda que o governo conseguiu, junto com o apoio do Ministério da Economia, "implementar medidas que fizessem com que os efeitos colaterais da pandemia fossem bastante mitigados".

— A economia está se recuperando, no entendimento de muitos, de forma muito melhor do que poderíamos esperar — disse.

Críticas ao 'fica em casa'

Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, na manhã de hoje, o presidente voltou a criticar a política de isolamento social. Segundo ele, caso os produtores rurais tivessem parado de trabalhar, não haveria arroz nos supermercados.

— Aí sobe o preço do arroz. Fica em casa, pô. Já pensou se o homem do campo tivesse ficado em casa? Não teria nem por R$30, 35 o pacote... Não teria arroz. Agora estou pagando o preço — disse, acresccentando:

— O papo não era fica em casa, a economia a gente vê depois? Chegou a conta a pagar. Agora quer botar você de mim?

Bolsonaro também afirmou que não tem Operação Lava-Jato em seu governo, porque não tem corrupção.

— Acabou a Lava-Jato, pessoal? Polícia Federal está lá em Roraima hoje. Para mim não tem, para investigar o meu governo não tem porque a gente botou gente lá realmente comprometida com a honestidade, com o futuro do Brasil — afirmou.

Segundo o presidente, caso haja algum caso de corrupção em seu governo, "a gente bota para correr, dá uma voadora no pescoço dele". Ele disse, no entanto, que não acredita que isso irá ocorrer.

Fonte: Victor Farias/O Globo