Análise: Flamengo vence, mas ainda carece de consistência para ir além de respiros na tabela

Análise: Flamengo vence, mas ainda carece de consistência para ir além de respiros na tabela
Gabigol comemora gol da vitória sobre o Santos com Dome — Foto: Alexandre Vidal / Flamengo / Divulgação

Como efeito imediato na tabela, foi fundamental. Como performance de um time que briga pelo título, ainda muito abaixo do esperado.

A vitória do Flamengo sobre o Santos, na Vila Belmiro, na tarde de domingo deve ser analisada por dois pontos de vistas. Caberá ao torcedor escolher o copo meio cheio ou vazio.

Do ponto de vista imediato, é fácil e simples. Com o Inter dez pontos na frente no início do domingo, manter essa distância em “somente” sete era primordial. O Flamengo pula para parte de cima da tabela e ganha dias de paz para arrumar a equipe. E é isso.

Números da Partida

Santos x Flamengo

Posse de bola - 53% x 47%
Faltas cometidas - 14 x 26
Finalizações - 22 x 10
Finalizações no gol - 5 x 6
Escanteios - 9 x 2

Do ponto de vista do longo prazo, a exibição diante do Peixe deixa mais dúvidas do que certezas. O dono do melhor elenco do Brasil precisa sofrer tanto para vencer? O dono do melhor elenco do Brasil deve jogar no contra-ataque? O dono do melhor elenco do Brasil pode errar tanto tecnicamente?

A culpa não é somente de Dome. Óbvio que não. Podemos apontar aqui pelo menos cinco chances claras desperdiçadas por Gabriel e Michael, que tornariam a percepção do jogo totalmente diferente. Mas também não dá para negar que o Flamengo perdeu sua identidade e não dá indícios de uma nova.

É inimaginável um time reativo com a quantidade de talento que Domènec tem à disposição. Ou seja, pensando nas próximas 32 rodadas, dificilmente o que se viu na Vila será a regra do Flamengo.

O time teve menos posse de bola contra um time brasileiro pela primeira vez desde a derrota para o próprio Santos em dezembro: 53% x 47%, mas que chegou a 65% x 35% quando o Peixe teve dois gols anulados pelo VAR.

O Flamengo de domingo correu mais atrás da bola do que a teve em seus pés. Foi mais competitivo do que nos últimos jogos? Sim. Melhorou bastante no segundo tempo? Sim. Mas os três pontos não devem ter mais peso do que o que tem na tabela.

Há diferenças básicas e nítidas em relação ao time supercampeão. A marcação pressão deu lugar a uma correria desenfreada de Gabriel na frente, enquanto um bloco maior aguardou o Santos a partir do grande círculo.

O espaçamento entre os setores também chamou a atenção. O Flamengo ampliou o campo, os jogadores estão mais distantes. Bruno Henrique e Gabriel jogam afastados e dialogam menos.

Como o próprio Dome disse em coletiva, há várias maneiras de vencer. A dele é diferente da que o Flamengo estava acostumado. Venceu, mas ainda carece de sintonia fina.

Fonte:  Cahê Mota/Globoespsorte.com