Análise: Atlético-MG tem vacilos, mas disciplina e convicção são premiadas, e vitória é enorme

Análise: Atlético-MG tem vacilos, mas disciplina e convicção são premiadas, e vitória é enorme
Guilherme Arana e Marquinho comemoram gol do Atlético-MG contra o Flamengo — Foto: Pedro Souza/Atlético-MG

O Atlético-MG entrou em campo contra o Flamengo, nesse domingo, no Maracanã, com uma formação bem diferente. Sampaoli fez uma série de mudanças, inclusive no esquema do time, que entrou com três zagueiros. Discussões táticas à parte, o primeiro tempo expôs problemas defensivos. Com sorte, o Galo escapou de sofrer gols, em chances claras do Flamengo. Quem abriu o placar foi o Atlético (com gol contra de Filipe Luís), e o mérito do time de Sampaoli foi se manter disciplinado e convicto da proposta inicial, mesmo com os erros nos primeiros 45 minutos.

Tocar a bola desde a defesa, pressionar a saída adversária, controlar o meio e chegar ao ataque com velocidade. Era essa a estratégia, independentemente do esquema tático (que variou pelo menos três vezes durante o jogo). O primeiro item, porém, foi muito falho na etapa inicial. Gabriel não esteve em um bom dia, Rafael também teve falhas na saída de bola, e o Flamengo não soube aproveitar as oportunidades que teve. Apesar de o plano inicial ter "derrapado", a confiança atleticana não se abalou.

No intervalo, Guilherme Arana deu uma entrevista interessante na transmissão da Globo:

"É nossa proposta de jogo, marcar em cima. Sabemos que a equipe do Flamengo é qualificada, então não pode dar muito espaço. Mesmo com as falhas ali atrás de passe, é o que a gente treinou. Vamos procurar acertar agora e voltar pro segundo tempo mais forte e mais concentrado"

A fala do lateral (eleito o Craque do Jogo) mostra que o Atlético se manteve convicto na estratégia traçada por Sampaoli. No segundo tempo, apesar de não ampliar o placar, o Galo controlou melhor o jogo, com uma defesa sólida (destaque para Igor Rabello), um meio-campo firme e consciente (com Allan, Jair e Alan Franco jogando bem) e mais um grande jogo de Nathan (que chegou a fazer um golaço, mas estava impedido). A dedicação do time todo na marcação merece destaque.

Vale destacar também, além dos principais nomes do jogo, a partida segura de Guga, que deixou de lado a indefinição sobre a sequência no Galo e foi bem. No ataque, destaque para Marquinhos, que fez um bom primeiro tempo pela esquerda, enquanto Savarino esteve apagado do outro lado.

Algumas situações sobre a atuação do Atlético no Maracanã foram muito claras: o time vacilou muito na defesa no primeiro tempo, se aproveitou de um Flamengo fora do ritmo ideal e de um gol contra.

Outras, porém, são tão claras quanto: o Galo - que também não atingiu ainda o ritmo ideal - acabou com uma longa invencibilidade do rival (não perdia no Maracanã, no Brasileirão, desde a 38ª rodada de 2018), venceu fora de casa o atual campeão brasileiro e da Libertadores (que jogou sem desfalques) e mostrou padrão de jogo, convicção no trabalho do treinador e muita, muita dedicação. A vitória, por todo esse conjunto, foi gigante e merece ser comemorada.

Fonte: Guilherme Frossard/Globoesporte.com